A Justiça de Goiás investiga supostos casos de corrupção em jogos da Série B Brasileiro do ano passado. Em coletiva de imprensa, o promotor do Ministério Público do Estado, Fernando Martins Cesconetto, revelou o esquema de manipulação de resultados em três partidas e detalhou como teria acontecido.
As apostas teriam sido feitas nos jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina, válidos pela última rodada do torneio, no ano passado. O meia Romário, ex-Vila Nova; o lateral Matheusinho, ex-Sampaio Correa, e mais um atleta são alvos da investigação. O Vila Nova foi quem denunciou o caso.
De acordo com Cesconetto, as apostas foram de marcação de pênaltis no primeiro tempo dos jogos. Os atletas, que teriam recebido um sinal de R$ 10 mil, ganhariam R$ 150 mil cada caso a aposta obtivesse êxito. Das três partidas, Vila Nova x Sport não teve pênalti, o que causou quase R$ 2 milhões de prejuízo aos apostadores envolvidos. Segundo o promotor, o ex-atleta do Vila passou a ser pressionado pelos apostadores por conta do valor que já tinha recebido.
- A manipulação consistia em cometer pênaltis sempre no primeiro tempo dos jogos de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas direta ou indiretamente envolvidos. Acontece que para a aposta dar certo, era necessário que os pênaltis ocorressem nos três jogos. No caso do jogo do Vila Nova, que é a vítima e denunciante do caso, o pênalti não aconteceu. Isso gerou prejuízo para os apostadores. Estima-se que o prejuízo aos apostadores foi de R$ 2 milhões - disse o promotor.
- O ganho para cada jogador envolvido seria de R$ 150 mil. Seriam pagos R$ 10 mil adiantados e R$ 140 mil após o êxito. Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal (R$ 10 mil) para o jogador envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que nos outros jogos houve o pênalti, e os atores envolvidos esperavam receber cada um R$ 150 mil - completou Cesconetto.
Fonte: Lance